“… A revolução de Jack Welch na GE passou por duas grandes fases, a que chamam a fase “hardware” e a fase “software”. Na primeira, começou por introduzir uma estratégia que exigia que cada divisão deveria estabelecer ser a número um ou dois no seu segmento de mercado (“fix it, sell it or close it”). Na segunda fase, defendeu a qualidade, excelência pessoal, criatividade e compromisso, delegando maiores poderes de decisão aos seus gestores. Incentivar os pontos fortes das pessoas era uma das suas apostas. Com especial foco no incentivo à prática da franqueza. Quando se reformou, tinha criado cerca do dobro dos postos de trabalho que tinha eliminado anteriormente…”
Como é sério o problema da falta de franqueza nas organizações! Comentávamos numa conversa entre amigos. Uns defendiam a franqueza como algo que deverá sempre existir (e eu encontro-me neste grupo!)… outros nem por isso! Óbvio que escolhendo o momento, local, palavras…
Acredito que a falta de franqueza bloqueia as ideias inovadoras, retarda as decisões e consequentes ações e impede que as pessoas verdadeiramente capazes contribuam com todo o seu potencial no crescimento da organização. É, a meu ver, algo devastador!
Outras questões que me fazem refletir e defender esta posição são:
- Quando se pratica a franqueza – e considero que nunca se é absolutamente franco – tudo funciona com mais rapidez e eficácia!
- A franqueza traz mais pessoas para a conversa e, obviamente, quanto mais e diferentes contribuições tivermos, mais claras e ricas ficam as ideias!
- A franqueza aumenta a velocidade. Uma empresa mais pequena… com por exemplo apenas 5 pessoas, terá agilidade e rapidez na ação se a franqueza entre todos existir.
- A franqueza reduz custos porque elimina ou reduz reuniões inúteis, relatórios sem propósito, apresentações sonolentas, decisões adiadas…
Eu acredito que, hoje mais do que nunca, não podemos dar ao luxo de não cultivar a franqueza! Acredito também que, como qualquer outro habito que queremos adquirir… se pode praticar a franqueza! Se pode atuar no ambiente que nos rodeia de forma que a mesma surja de forma natural.
Reconheço que nem sempre é fácil! Somos educados desde a infância a atenuar as más notícias ou a "contornar" a verdade : "não digas que não gostas da sopa da avó! Isso não se diz!"
Ocorre-me ainda que é impossível imaginar um mundo onde todos possamos sair por aí a dizer o que realmente pensamos. Por vezes não dizemos o que pensamos porque é mais fácil agir assim. Então, quase que poderíamos dizer que, a falta de franqueza, é o maior truque insensato usado nos negócios. Sendo o “insensato” aquele que não tem “bom senso” nas suas ações/decisões, logo agindo inconsequentemente pode tornar-se irresponsável.
Partilha desta opinião? Como podemos trazer a sensatez da prática da franqueza às nossas organizações? Deixo a questão para reflexão… Sei que não é fácil!