A lenda do 4º Rei Mago
Ilações para as empresas!

A história dos Reis Magos que celebramos esta semana é amplamente conhecida: três homens sábios que seguiram a estrela até Belém para oferecer presentes ao menino que se chamava Jesus. Até aqui católicos ou não creio todos saberão!

Recordei-me este domingo que há no entanto uma antiga lenda menos divulgada, que fala sobre um quarto Rei Mago que se chamava Artaban e que era médico. A sua intenção era viajar com os outros três Reis e levar uma pérola, um rubi e uma safira para o tal menino. Ao longo do caminho parou para ajudar um homem doente, ofereceu uma das suas pedras preciosas para salvar uma criança em perigo e usou os seus conhecimentos para socorrer pessoas necessitadas em várias situações. Quando finalmente chegou a Belém, já era tarde demais: o menino e os seus pais já tinham partido! Regressou a casa e dedicou a sua vida a ajudar pessoas e no final dos seus dias, lamentou nunca ter cumprido a sua missão inicial!

Deixando-me levar pelos pensamentos faço uma reflexão sobre que aprendizagens posso eu retirar desta lenda… o que me ocorre são 3:

  1. O Propósito Acima do Resultado Imediato
    Neste meses é frequente as empresas definirem metas para o novo ano, como alcançar um certo valor de faturação ou expandir para novos mercados. Eu gosto sempre de, nos meus clientes, recordar o propósito maior da empresa, sobretudo nas empresas familiares onde sabemos que a liderança por valores, transcende muitas vezes os números que se pretende alcançar! Impactar vidas – seja de clientes, colaboradores ou a comunidade – é também uma meta que pode ser o verdadeiro legado a perseguir! E… o caso do Artaban é um bom exemplo!

  2. Que haja Flexibilidade e Prioridades
    Imagino que Artaban precisou de ajustar o seu plano várias vezes e o mesmo acontece nas nossas empresas. Por vezes, as circunstâncias exigem que se ajuste os objetivos ou sacrifique algo no curto prazo para responder a uma necessidade maior. E esta capacidade de identificar prioridades e agir com flexibilidade pode ser o diferencial entre uma empresa que sobrevive e uma que prospera.!

  3. Foco no Hoje e no Longo Prazo
    Artaban entendeu que o tempo perdido para ajudar os necessitados foram desvios inúteis. No final soube que esses atos constituíram a verdadeira essência da sua missão. Também nas empresas, decisões que priorizam a sustentabilidade e o bem-estar das pessoas, por exemplo, podem não trazer ganhos imediatos, mas a longo prazo tendem a construir uma reputação sólida e duradoura.

Assim como Artaban, todos enfrentamos escolhas diárias que podem desviar-nos do caminho inicial. No entanto, esses "desvios" podem (e devem!) ser oportunidades para criar um impacto positivo, fortalecer relacionamentos e construir um negócio que seja tanto rentável quanto significativo pelo propósito que tem!

 Sugiro então o seguinte: ao refletir sobre a história do quarto Rei Mago, pergunte-se:

  • Estou a perseguir apenas metas imediatas ou a considerar o impacto de longo prazo das minhas decisões?
  • Como posso alinhar os objetivos da minha empresa ao propósito maior de servir os outros?
  • Estou disposto a ajustar planos para responder a necessidades maiores no caminho?

Termino concluindo que a lenda do quarto Rei Mago pode ser uma metáfora rica para o mundo empresarial, desafiando líderes, empreendedores e todos que leiam este texto a reconsiderar o que significa alcançarmos o objetivo X ou Y. Talvez o verdadeiro sucesso não seja apenas cumprir objetivos, mas também reconhecer e aproveitar as oportunidades de transformar positivamente as vidas que conosco se cruzam. Acredito seja este o legado que realmente importa. E este é o legado que eu Olga quero ajudar a construir!

Ano 2024: DECISÕES ou CIRCUNSTÂNCIAS?